quarta-feira, maio 19, 2010

A definição do que é um cliente se renovou



O cliente ganhou uma dimensão muito maior e não podemos deixar de perceber isso. É todo aquele deposita em nós suas expectativas.

Na velha economia, quando a concorrência era menor e a maior ferramenta de relacionamento que havia era a caderneta, era mais fácil definir o significado da palavra cliente.
Podíamos defini-lo como o sujeito que entrava no estabelecimento, batia a mão no balcão e pedia uma “qualquer coisa”. Se ficasse satisfeito, muito que bem. Senão, a porta da rua era cortesia da casa.
Os tempos mudaram, as relações se tornaram mais complexas. Os varejistas – ao menos uma boa parte deles – perceberam que tratar o cliente como antigamente poderia ser um péssimo negócio. O cliente ganhou uma dimensão muito maior e, deixar de percebê-la, tem sido a causa da ruína de muitas empresas por aí.
Colocar a mão no bolso passou a ser apenas a conseqüência de uma relação muito maior, que envolve uma definição mais ampliada sobre o que é um cliente.
Um cliente é todo aquele deposita em nós suas expectativas. Ou seja: temos clientes em casa, entre os colegas de trabalho, entre os amigos. Onde houver uma expectativa criada em relação a nós, aí teremos um cliente. Um cliente é uma relação que dura pela confiança e pelo encantamento.
Ao longo do dia exercemos o papel de clientes em diversos momentos. Quando acreditamos que estão fazendo por nós o melhor, sempre na tentativa não apenas de atender, mas de superar as nossas expectativas, está aí um momento em que nos colocamos na posição de clientes.
Dentro deste encantamento que esperamos no mundo de hoje, até mesmo o conceito de fidelização ganha contornos diferentes do há alguns anos.
Antes, fiel era aquele que comprava na mesma loja, com o mesmo vendedor, durante anos, sem questionar evidentes perdas de qualidade no decurso do tempo. Fidelidade hoje envolve sedução contínua. Como os jovens, o cliente está mais disposto a “ficar” do que casar, cabendo aqui a sedução contínua no cotidiano. Ou seja: enquanto estamos encantando, ele vai ficando, ficando, ficando. Parou de encantar? É chifre na certa. Afinal, um cliente também é uma relação que se perde pela rotina.
Você está achando que essa análise resume mais um casamento do que uma relação comercial? Lembre-se: os nossos clientes estão em todo lugar, incluindo nossa própria casa. Nem sempre o valor da relação que temos com nossos clientes é expresso na moeda dinheiro

Por Eduardo Zugaib

Alexandre Calheiros
www.on3w.com.br

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